sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um só brilho

Ah, doce astro que insistes

em iluminar-me ao amanhecer.

Eu, estrela, tão brilhante a ti,

já não passo de ponto a mais no céu.

E quanto ele é vasto!

Fez-nos parecermos perto,

agora, distantes e separados.

Uma estrela que foi amar o sol...

Ou ambos intensificavam sua luz,

ou a menor seria ofuscada.

Teus olhares de raio, intensos e suaves,

rutilavam em mim luzes, cores,

e em ti, mais sorrisos e brilho.

Seguíamos dançando pelo infinito,

até que em uma volta fui lançada

e perdi-me do teu olhar.

Tu procurastes, procurastes,

nada vistes a brilhar.

Tentei luzir com toda força que tive,

mas estavas longe demais para notar.

E como um girassol passo a te olhar,

Esperando irradiar suficiente

para termos um só brilho, um eterno

refletidos em nós pela Estrela da manhã.

(02/09/2011)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Nosso lugar

O talvez ecoa em minha mente

Música que se foi na ventania

Levou consigo tudo que sentia

Emudeceu o olhar que era contente


O lago aguarda silencioso

Guarda dois risos tão sonhadores

Prometiam futuro sem dores

Doar um coração carinhoso


Lembranças de uma história rompida

Amor que foi deixada a metade

E a outra partiu também ferida


Mas aquelas águas irão lembrar

Só das gotas de felicidade

Como era brisa nos apreciar.

(24/10/11)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Eu sabia que iria chover

Era uma quinta não tão comum quanto às outras, desta vez fazia sol. Muitos se alegravam por sua luz e calor, menos eu. Naquele dia, eu sabia que iria chover. Como um encontro da natureza comigo, chovemos juntos. Um escorrer da esperança pelo sol. Sabia que viria um longo tempo de tempestades ou garoas, mas sem cessar as gotas. O que eu não sabia era o que essa chuva traria e geraria, quanto duraria. Pois foi quando começou a chover que percebi onde eu estava: num deserto. Quanto mais gotas caíam, mais percebia a sequidão que me circundava anteriormente. Elas vinham com força, acompanhas de granizos, rasgando dentro de mim. Porém, eu necessitava delas, por que apesar da dor, me refrescavam. Em certos momentos, eu deixava elas me atingirem, em outros, usava um guarda-chuva. Mas elas estavam lá. E com o passar do tempo elas tornaram-se menos intensas, acompanhadas de um indício de sol. E no meio de tanta água, havia a Água, aquela que me refrescava e diluía as pedras que a acompanhavam. Foi Ela que mostrou o quanto era seco ao meu redor e como eu tinha sede, sem ao menos perceber. Curava todas feridas causada pela chuva e limpava-as. Naquele dia, eu sabia que iria chover. O que eu não imaginava, era que eu iria querer que chovesse para sempre. Porque nada é maior ou melhor do que fluir da Água da Vida todos os dias. Com Ela posso atravessar o deserto e agüentar tempestades. Além da minha fonte, Ela é a minha Estrela da manhã. Quem me ilumina, refrigera e luta por mim. Naquele dia, eu sabia que iria chover. Não sabia o quanto era necessária essa chuva nem aquilo que me esperava. Mas hoje, eu sei que assim como em dias chuvosos é bom dormir, foi ela que me ensinou a descansar, a repousar. A minha esperança, como a de tantos outros, não está mais no sol. Pois tive que aprender a viver sem ele para entender que há tempos chuvosos. A deixar cada tempo acontecer na minha vida conforme o meu Amado planejou, pois como está escrito: “Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu: Tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar, tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter, tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de jogar fora, tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar, tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz. O que ganha o trabalhador com todo o seu esforço? Tenho visto o fardo que Deus impôs aos homens. Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.”