domingo, 9 de junho de 2013

Reconstução

Ela desce, umedece,
Destrói.
Ele acontece, aquece,
Constrói.
Chuva e amor
valsando ao luar,
gotas de dor
não cansam de latejar.

Comumente garoa a paixão,
molhando superficialmente algum coração
e sua marca é apenas o secar.

Ocorrem, também, os intensos temporais,
sempre raros e repentinos,
Não duram tempo demais,
Mas podem mudar destinos.
Após seu fim, vários vestígios percebemos,
profundos danos sobrepondo a alegria,
Escurece a noite e não mais revemos
os doces raios do dia.

Um sangue escondido e invisível
na ferida que teima não sarar,
Rios fluem como se fosse impossível
a sua fonte um dia secar.
Suspiros esperançosos da lua,
brilhos incandescentes nas estrelas.
As lágrimas antes tão tuas,
não te importas mais em perdê-las.


Reconstrói-se a cidade machucada.
Cada prédio volta ao seu lugar.
Suas muralhas, novamente levantadas,
impedem o indesejado de entrar.
Seu reconstrutor foi quem mais sofreu
por todas as cidades em uma cruz se ergueu
E O seu grande amor não se abalou no lutar.
(--/--/2009)