segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Uma história que ouvi contar

Uma história que ouvi contar


Tantas noites que lembraram

Aquela outra em que eu disse:

“Sempre dói te ver partir”

E foi esta a minha fala em todas elas.

Com as mesmas lágrimas

Te deixei ir, sem esperar volta.

Diferente daquela, não te tinha mais

Neguei tuas palavras, a ti.

E quanto escorreguei ao redor

Dos talvezes que tentavam acertar.

Todas aquelas imagens, quem eras

Soam como uma história que ouvi contar.

Profunda, verdadeira e genuína,

Destas que enchem o coração de romance.

Mas ela já não faz mais sentido,

Nenhum sentido, como diria outra canção.

Apenas sigo um sentido agora,

Tão distante do teu frágil coração.

Um caminho seguro e eterno

Rumo Àquele a quem te entreguei,

Para, enfim, totalmente me entregar.

Porque só no amor dEle eu sou completa

E posso aquele que é meu amar.

(21/11/11)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um só brilho

Ah, doce astro que insistes

em iluminar-me ao amanhecer.

Eu, estrela, tão brilhante a ti,

já não passo de ponto a mais no céu.

E quanto ele é vasto!

Fez-nos parecermos perto,

agora, distantes e separados.

Uma estrela que foi amar o sol...

Ou ambos intensificavam sua luz,

ou a menor seria ofuscada.

Teus olhares de raio, intensos e suaves,

rutilavam em mim luzes, cores,

e em ti, mais sorrisos e brilho.

Seguíamos dançando pelo infinito,

até que em uma volta fui lançada

e perdi-me do teu olhar.

Tu procurastes, procurastes,

nada vistes a brilhar.

Tentei luzir com toda força que tive,

mas estavas longe demais para notar.

E como um girassol passo a te olhar,

Esperando irradiar suficiente

para termos um só brilho, um eterno

refletidos em nós pela Estrela da manhã.

(02/09/2011)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Nosso lugar

O talvez ecoa em minha mente

Música que se foi na ventania

Levou consigo tudo que sentia

Emudeceu o olhar que era contente


O lago aguarda silencioso

Guarda dois risos tão sonhadores

Prometiam futuro sem dores

Doar um coração carinhoso


Lembranças de uma história rompida

Amor que foi deixada a metade

E a outra partiu também ferida


Mas aquelas águas irão lembrar

Só das gotas de felicidade

Como era brisa nos apreciar.

(24/10/11)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Eu sabia que iria chover

Era uma quinta não tão comum quanto às outras, desta vez fazia sol. Muitos se alegravam por sua luz e calor, menos eu. Naquele dia, eu sabia que iria chover. Como um encontro da natureza comigo, chovemos juntos. Um escorrer da esperança pelo sol. Sabia que viria um longo tempo de tempestades ou garoas, mas sem cessar as gotas. O que eu não sabia era o que essa chuva traria e geraria, quanto duraria. Pois foi quando começou a chover que percebi onde eu estava: num deserto. Quanto mais gotas caíam, mais percebia a sequidão que me circundava anteriormente. Elas vinham com força, acompanhas de granizos, rasgando dentro de mim. Porém, eu necessitava delas, por que apesar da dor, me refrescavam. Em certos momentos, eu deixava elas me atingirem, em outros, usava um guarda-chuva. Mas elas estavam lá. E com o passar do tempo elas tornaram-se menos intensas, acompanhadas de um indício de sol. E no meio de tanta água, havia a Água, aquela que me refrescava e diluía as pedras que a acompanhavam. Foi Ela que mostrou o quanto era seco ao meu redor e como eu tinha sede, sem ao menos perceber. Curava todas feridas causada pela chuva e limpava-as. Naquele dia, eu sabia que iria chover. O que eu não imaginava, era que eu iria querer que chovesse para sempre. Porque nada é maior ou melhor do que fluir da Água da Vida todos os dias. Com Ela posso atravessar o deserto e agüentar tempestades. Além da minha fonte, Ela é a minha Estrela da manhã. Quem me ilumina, refrigera e luta por mim. Naquele dia, eu sabia que iria chover. Não sabia o quanto era necessária essa chuva nem aquilo que me esperava. Mas hoje, eu sei que assim como em dias chuvosos é bom dormir, foi ela que me ensinou a descansar, a repousar. A minha esperança, como a de tantos outros, não está mais no sol. Pois tive que aprender a viver sem ele para entender que há tempos chuvosos. A deixar cada tempo acontecer na minha vida conforme o meu Amado planejou, pois como está escrito: “Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu: Tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar, tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter, tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de jogar fora, tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar, tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz. O que ganha o trabalhador com todo o seu esforço? Tenho visto o fardo que Deus impôs aos homens. Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.”

sábado, 8 de outubro de 2011

Amor é graça

Tanto é definido,

Tanto citado.

Procurado por uma vida inteira,

Encontrado de várias maneiras.

Mas é tão confundido!

Trocam-no pela paixão,

E ousam pensar que acaba.

Tentam encontrar razões para tê-lo,

Ou vivê-lo sem razão,

Na fantasia do perfeito

Ou no sentir que extasia.

Aí pensam que o alcançaram...

Mais puro engano.

Sabe-se que o tem

Quando o peito chora

E ainda assim se decide respeitar.

Quando há apenas tempestade

E escolhe-se permanecer até o sol vir.

Quando não se vê motivo suficiente

Ou merecimento completo.

Porque amor não se merece,

Amor é graça!

(28/09/11)

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Oculto

Oculto

O perto e o longe se mesclam,
Perto de você sem poder estar.
A frieza da fala, não te abraçar,
Me tocam, me testam.

Não passou pela minha imaginação
O quão duro poderia ser
Esse meio termo de o ter,
Apenas em certa ocasião.

O meu desejo era abrir meu peito,
Contar aquilo que não inventei,
Do nosso sentimento, do seu jeito.

E que todo mundo pudesse saber
Tudo aqui aquilo que sinto e sei,
Quando eu olho para dentro de você.

(23/04/2011)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Amando uma garota

Desde a minha infância sempre pensei em príncipes encantados e romances imaginários, em fazer parte disso e viver feliz para sempre. Eles me ensinaram que uma menina deveria ser linda, delicada, gentil e lutadora, pois um dia um rapaz num cavalo branco viria, arrebataria o seu coração e passariam o resto de suas vidas juntos. Cresci sonhando com lindas histórias, um homem perfeito, um futuro planejado. Vivia de uma paixão pra outra, quebrando o meu coração sem dar tempo de consertá-lo para uma próxima queda. Era um garoto bonito, ou um que dançava bem, outro que era inteligente, outro que gostava de mim, outro apenas por ser alguém e por eu querer amar. Um dia meus romances chegaram, podia ser protagonista da história e por isso queria que fosse perfeito. Mas não era. Recriava quem estava comigo e lançava nele todas as minhas expectativas, queria meu conto-de-fada. Conseguia ver um príncipe em cada um deles, elevando suas qualidades e ignorando seus defeitos. Mas eles não. Eles não conseguiam ver uma princesa em mim. Indaguei qual podia ser meu defeito. Talvez eu fosse muito feia. Talvez falasse demais. Talvez desse atenção demais. E talvez, talvez, tal vez. Não era a minha vez. Demorou anos para eu entender, para eu aprender que não era assim. Deus me ensinou que antes de amar um homem, eu tinha que amar uma garota, uma mulher. Uma garota especial, doce, amorosa, talentosa e linda. Linda do seu jeito meigo e natural, com seus defeitos às vezes intoleráveis, mas que são o que ela é. Hoje gosto de olhá-la, de cuidá-la, deixo ela chorar quando precisa, repreendo-a quando vejo que não está fazendo o certo. Eu a aceito. Aceito amar essa garota. Porque hoje eu sei, que é amando a mim, uma garota única, como são todas as garotas, posso amar um garoto. Ele não virá num cavalo branco e nem será um brinquedo perfeito e programado. Ele será apenas o meu príncipe, que conseguirá amar a garota que eu amo e ela o amará em troca.

sábado, 5 de março de 2011

Sua Majestade

Sua Majestade

"Vejo Sua beleza ao meu redor
Me envolvendo, inquietando,
Em segundos, Sua criação se transformando
Do imenso céu ao inseto menor.

O sol reluz em minha janela,
Seus raios toda manhã me acordam.
Pássaros dentre as árvores voam,
E eu analiso-os com cautela.

O ar, por mim, inspirado
Reflete o dom da vida,
Que por Sua graça me foi dado.

Uma gota de chuva sequer mereço.
Pois por ela os campos florescem,
E deles retiro o meu alimento.

Se eu pudesse entender toda essa dimensão
De amor, glória, graça, majestade e soberania
Para isso, todos os segundos de minha vida gastaria,
E ainda sim não chegaria perto de Sua imensidão.

Não conseguiria com palavras definir
Deus e Sua maravilhosa criação,
Tendo apenas a minha limitada visão
De um ser humano a refletir.

Desperceberia Sua mão em tudo,
Como já o tenho feito.
Então cabe a mim apenas agradecer.
Por ser o meu Deus, ser perfeito."

(--/--/2009)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Inverno

Inverno


Rosas lindas e delicadas,

Cercam aquele escondido jardim.

Nas sincronizadas balançadas,

Despertaram uma lembrança em mim.


O inverno estava a chegar,

Logo seu encanto acabaria.

O rígido frio começava a ventar,

O jardim não mais existiria.


As pétalas perdiam seu fulgor,

Quando, aos poucos, se desprendiam.

Numa entrega na qual não há dor,

Faz parte dos novos ciclos que iniciam.


É necessário o tempo, tão temido,

Para iniciar uma etapa nova.

Para ir de encontro ao desconhecido

É preciso descansar, será outra prova.


Este descanso de mente e coração

Só existe em um único lugar.

Deixo em Ti meu romance e emoção,

Pois só quem os criou poderá cuidar.


Todo ser tem a sua essência,

A qual não morre mesmo no inverno.

Meu romantismo não terá ausência.

Por enquanto, será apenas mais ameno.

(--/--/2010)