segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Rasgos de gotas


 Lâminas. Não.
As penas gotas
Cortam a janela
Pequenas
Para fora.
Dentro, rasgam
A imagem
Criada pelo vidro.
Mas lá fora,
Lá, são pequenas.
Ao sair,
Ainda menores
Pingam
Respingam
Findam.
Até, de novo,
Chover.
E irá.
Só que então
Haverá o Guarda-chuva
Que leva todos os rasgos
Sem nenhum arranhão.


(14/02/2014)

sábado, 26 de outubro de 2013

Proteção

O vejo e tão perto chego
Quase o toco: conhecido romance
Mas há agora um impasse
A teus braços não me entrego

Sinto o teu constante pulsar
Surgem idéias e memórias
Identifico-te em outras histórias
De quem gosta ou fingir amar

Existe um castelo aqui dentro
Com quase sólidas muralhas
A ele não ultrapassas, és pensamento

Aguardo tua vitória, teu bravo lutar
Junto ao Vencedor das batalhas
Que colocará um príncipe para ali habitar.

 (--/02/2011)

domingo, 9 de junho de 2013

Reconstução

Ela desce, umedece,
Destrói.
Ele acontece, aquece,
Constrói.
Chuva e amor
valsando ao luar,
gotas de dor
não cansam de latejar.

Comumente garoa a paixão,
molhando superficialmente algum coração
e sua marca é apenas o secar.

Ocorrem, também, os intensos temporais,
sempre raros e repentinos,
Não duram tempo demais,
Mas podem mudar destinos.
Após seu fim, vários vestígios percebemos,
profundos danos sobrepondo a alegria,
Escurece a noite e não mais revemos
os doces raios do dia.

Um sangue escondido e invisível
na ferida que teima não sarar,
Rios fluem como se fosse impossível
a sua fonte um dia secar.
Suspiros esperançosos da lua,
brilhos incandescentes nas estrelas.
As lágrimas antes tão tuas,
não te importas mais em perdê-las.


Reconstrói-se a cidade machucada.
Cada prédio volta ao seu lugar.
Suas muralhas, novamente levantadas,
impedem o indesejado de entrar.
Seu reconstrutor foi quem mais sofreu
por todas as cidades em uma cruz se ergueu
E O seu grande amor não se abalou no lutar.
(--/--/2009)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Uma história que ouvi contar

Uma história que ouvi contar


Tantas noites que lembraram

Aquela outra em que eu disse:

“Sempre dói te ver partir”

E foi esta a minha fala em todas elas.

Com as mesmas lágrimas

Te deixei ir, sem esperar volta.

Diferente daquela, não te tinha mais

Neguei tuas palavras, a ti.

E quanto escorreguei ao redor

Dos talvezes que tentavam acertar.

Todas aquelas imagens, quem eras

Soam como uma história que ouvi contar.

Profunda, verdadeira e genuína,

Destas que enchem o coração de romance.

Mas ela já não faz mais sentido,

Nenhum sentido, como diria outra canção.

Apenas sigo um sentido agora,

Tão distante do teu frágil coração.

Um caminho seguro e eterno

Rumo Àquele a quem te entreguei,

Para, enfim, totalmente me entregar.

Porque só no amor dEle eu sou completa

E posso aquele que é meu amar.

(21/11/11)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um só brilho

Ah, doce astro que insistes

em iluminar-me ao amanhecer.

Eu, estrela, tão brilhante a ti,

já não passo de ponto a mais no céu.

E quanto ele é vasto!

Fez-nos parecermos perto,

agora, distantes e separados.

Uma estrela que foi amar o sol...

Ou ambos intensificavam sua luz,

ou a menor seria ofuscada.

Teus olhares de raio, intensos e suaves,

rutilavam em mim luzes, cores,

e em ti, mais sorrisos e brilho.

Seguíamos dançando pelo infinito,

até que em uma volta fui lançada

e perdi-me do teu olhar.

Tu procurastes, procurastes,

nada vistes a brilhar.

Tentei luzir com toda força que tive,

mas estavas longe demais para notar.

E como um girassol passo a te olhar,

Esperando irradiar suficiente

para termos um só brilho, um eterno

refletidos em nós pela Estrela da manhã.

(02/09/2011)